quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

O FALSO EXPERIMENTALISMO


ALICE NA CIDADE DE CURITIBA

Depois de 3 anos em Curitiba, propus escrever uma crítica sobre a cidade maravilha, que todos nós artistas sonhamos em morar. Curitiba é sim uma cidade amplamente cultural com diversos espaços , muitas manifestações e o com a auto-ajuda do poder público, comparando com cidades do interior. Museus maravilhosos, pessoas inteiramente estranhas, faculdade de artes, os maiores teatros e muita gente boa, com bons trabalhos.
Mas nem só de pão vive o homem, como também necessitamos de água, tomamos uma bela ducha ao vir morar na cidade das flores. Primeiramente, a cidade mesmo sendo uma grande metrópole não deixa de ser provinciana, com apoios aos grupos que já estão formados e com isso temos que lhe dar com barreiras para que possamos criar o novo. Fora que a entrada nesses grupos não depende de sua qualidade técnica ou de suas inspirações. Para conviver em meios assim propostos é necessário que se lamba o chão daqueles que ali passaram, fazendo seus cursos carissimos e aprendendo o básico do básico que você já viu a dez anos atrás.
No meu caso, o teatro, posso criticar fielmente a minha classe em Curitiba, já que a maioria das companhias possuem idéias ultrapassadas sobre a verdadeira essência do teatro contemporâneo, tendo como argumentos a idéia do novo e da experimentação, desrespeitando o público com peças fracas, sem textos e com nudez gratuita. Deixo fora dessa critica companhias, como o Ator Cômico do genial Mauro Zanatta e a Cia dos Palhaços do Alípio, pois essas duas companhias aderiram o respeito ao público com espetáculos inteligentes sem desafiar ou subestimar a sua inteligência.
O que seria interessante a maioria das companhias experimentais era que revessem seu conceito sobre Teatro e aprendessem que essa arte não é uma arte egoísta e não é com essa arte que provamos nossa inteligência. Devemos pensar no simples, no simples olhar , em uma simples fala sem texto, em uma simples fala sem palavras que não entendemos, em movimentos corporais que contribuam para o desenvolvimento do espetáculo e não para o exibicionismo sem nexo. Devemos aprender que nossa classe , passa por inúmeros preconceitos e que estamos anos luz atrás do cinema pela falta de respeito com o que o público quer ver. Não precisamos criar espetáculos ruins que toquem músicas ruins para que agrade o público, porém no inteligente, podemos agradar o público, o exemplo claro disso que estou falando recebe o nome de DICO.
Dico tem um Teatro dentro de sua casa e seus espetáculos sim, podemos chamar de experimentais, pois lidam com novos movimentos e diferentes criações de personagem. Onde Dico cria espetáculos usando apenas a suas mãos e textos brilhantes que conseguem mexer com toda sua alma, sem que você ouça uma fala.
Assistam um pouco desse espetáculo no vídeo abaixo:
Pois bem se queres conhecer Curitiba, seja bem vindo, mas por favor não siga a tendência do falso experimentalismo!

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